quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Café Royal XXXI

Agosto

É quente, melado, quase colante. É vagaroso. Líquido, como as águas. Agosto é o mar, de águas tépidas e banhos. Lentos banhos de mar em águas translucidas, marinhas. Os corpos flutuando na linha da maré, a pele salgada de um dia para o outro quando dormimos com as ondas no corpo, o balanço sincopado das ondas embalando os sonhos nas noites cálidas de Agosto. Os dias tépidos, transpirantes, de luz difusa e o sol incandescente brilhando na areia das praias, brilhando nas gotas de água gotejando da pele bronzeada. Os infinitos por-de-sol em horizontes espalhados de cor, cores ardentes de fogo celeste e da atmosfera da terra e do omnipotente sol de Verão. Agosto de vagar, de amigos, de copos, cervejas e mariscos. Garrafas geladas de vinhos brancos do Pico. Peixes frescos grelhados. A beleza do mar nos nossos paladares saciados, deleitados. Agosto de redes baloiçando no balanço da brisa abrigada na sombra do metrosidero e do som das ondas quebrando ritmadamente nas rochas esquecidas. Agosto de regressos e reencontros, de voltas e passeios. Retornos à primeira felicidade da infância, a memória iluminada das férias grandes em que trepávamos árvores gigantes e nos vestíamos em fatos de areia negra quente. Ah! Agosto. Esse querido mês de Agosto. Esse gosto de gostar de Agosto…

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