quinta-feira, 30 de março de 2017

Café Royal XIII

29.03.17

Fixemos a data. O dia em que a mais antiga democracia do mundo pediu, formalmente, a saída do mais abrangente projecto de paz e concórdia da História. O abandono do Reino Unido da União Europeia deixa a Europa num cruzamento onde apenas dois caminhos se lhe apresentam: o seu fim ou a integração plena das instituições europeias. Mas, qualquer avanço neste processo terá que, primeiro, atacar um dos, talvez o mais grave de todos, cancros que corroem o interior do ideal europeu – a distância profunda que hoje separa os cidadãos europeus da realidade política da União. Acreditar numa verdadeira democracia europeia e na reforma das suas instituições terá que começar aí. A escolha por um modelo de governação que tenha como princípio base a proximidade entre eleitos e eleitores, partindo, necessariamente, do plano regional. Uma Europa de regiões, mais do que de estados, pode, no imediato, ser a única forma de salvar o sonho de uma comunidade de paz, solidariedade, desenvolvimento económico e respeito pelos povos. Uma federação de regiões poderá ser a única salvação para o ideal europeu. E nessa nova Europa os Açores, pelo simbolismo da sua história e relevância do seu posicionamento geoestratégico, terão necessariamente um papel fundamental a desempenhar.

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